sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Curso de Instrutor


Um comentário:

  1. O Jogo de Xadrez *Autor: Gagarin Lima

    Na vetusta e lendária chaturanga
    Sessa iniciou a envolvente magia
    Logo o Rajá propôs recompensa
    Pela magnífica invenção que surgia
    Qual não foi a surpresa real
    O brâmane ao pagamento se insurgia

    No limiar do medievo ocidental
    Essa invenção célere se espalhou
    Trazida pelas rotas Sassânidas
    A nobreza e o clero a abraçou
    Em uma sociedade hierarquizada
    Rei, peões e bispos a representou

    Capivara, neófito ou Grande Mestre
    Seduzidos pela arte de Caissa
    Enxadristas Armem seus tabuleiros!
    Trebelhos em infinitas premissas
    Borges é que tinha razão
    Deus atrás de deus começa a urdissa

    Aberturas, variantes, Deep blue
    Linhas, armadilhas e ciladas
    Preparamo-nos para o renhido combate
    Táticas, estratégias e jogadas
    Estudos fadigais postos a prova
    Em Campeonatos, torneios e temporadas

    A lógica conduz a contenda
    Em passant começa a jornada
    Roque em defesa do monarca
    Abertura previamente preparada
    Hegemonia do centro é alcançada
    A refrega torna-se escaramuçada

    Siciliana defesa escolhida
    Manobras hábeis de garanhões
    Diagonal sempre bem protegida
    Aterroriza até mesmo campeões
    Variante do dragão a preferida
    Agressiva com avanços de peões

    Saltando poderosos cavalos
    Assombram bispos e pelotões
    Na refrega renhida do combate
    Sucumbem brancos/negros batalhões
    Lances em sutis fianchettos
    Revertem outroras formações

    Sacrifício da dama aristocrática
    Desmantela retrancadas posições
    Abrindo brechas nas linhas defensivas
    Para a entrada triunfante dos peões
    A ruína da dama de ébano planejada
    Pastoreada por Torres em sutis previsões

    Peões na sétima fileira!
    Ilusões de vitória na cruzada
    O estratagema pensado impusera
    Esperança na partida derrotada
    O implacável relógio não perdoa
    Tablas é a saída vislumbrada

    Quixotesca aventura deflagrada
    Em partida velozmente elaborada
    Fundamentos esquecidos na jogada
    Fez cair em armadilha preparada
    Dvoretsky predicava a alunada
    Estudos de final abalizada

    Posicionais sacrifícios põe a prova
    Estudados sistemas defensivos
    Menchik, Anand ou Capablanca
    Kasparov, Fischer ou seu Ivo
    Todos tem em comum a Tal defesa
    Que consagra gênios criativos

    Blitz, pingo ou simultânea
    Às cegas, rápido ou epistolar
    Online, pensado ou problemas
    A modalidade não irá importar
    A imortal sempre será sonhada
    Por Câmara, Janete, Joara ou Polgár

    Na mente de patos, perus ou capivaras
    Épicas partidas são jogadas
    A assertiva de Tartakower é acertada
    As falhas estão aí para serem efetivadas
    Crassos erros em partidas peruadas
    Reanimam para novas empreitadas

    *Sou professor de História do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), Campus Juazeiro do Norte. Gosto de literatura e poesia. Guimarães Rosa é o meu favorito na literatura. Na poesia, transito de Humboldt a Patativa do Assaré. Sou pesquisador da temática: Linguagens e produção de sentidos no cotidiano caririense. Coordeno um grupo de pesquisa - Xadrez: Uma ferramenta cognitiva, além de ser um apaixonado pelo jogo de xadrez. Obs; Peço gentilmente que divulguem esse poema.
    Cel/Whats: (88)998339669
    e-mail: gagarinlima@ig.com.br

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