A Revista do Gestor Escolar
18-07-2014
Considerado por especialistas na área da educação como excelente ferramenta pedagógica, o jogo de xadrez favorece o desenvolvimento de habilidades como o raciocínio lógico-matemático, a memória, a criatividade, a antevisão, a tomada de decisão e o auto-controle. Além disso, por ser uma atividade com regras bem definidas, também favorece o execício da ética ao promover o respeito ao oponente e às leis do jogo.
No Colégio Santo Américo, o xadrez faz parte da matriz curricular dos alunos do Ensino Fundamental 1 desde 2009. A aluna Estela Gama, do 2º ano, diz gostar muito das aulas e arrisca uma definição interessante da prática: "É que jogando xadrez brincamos de pensar".
Além das aulas curriculares, no Santo Américo também é ministrado um curso extracurricular e são realizados periodicamente torneios internos. Os alunos também participam de torneios externos, destacando-se pela boa colocação nos jogos.
"Os resultados mostram o potencial de nossas equipes e são fruto de um trabalho bem elaborado no colégio", afirma Antonio Carlos de Resende, mestre internacional de Xadrez e professor do Santo Américo.
Xadrez e Tecnologia
No mundo moderno, a informação circula de modo veloz e em maior quantidade. Estamos nos acostumando a digitar e tocar em teclas para obter respostas imediatas, ensaiando, assim, uma mecanização no agir, que também afeta nosso modo de pensar.
"Diante dese cenário, em 2013 o parlamento europeu aprovou uma moção indicativa da necessidade de se incluir o xadrez em todas escolas europeias. Por sua vez, a ONU estuda considerar um direito inalienável que todas as crianças do mundo aprendam a jogar xadrez", conta Resende.
O xadrez no contexto pedagógico
Considerando a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, duas das sete inteligência mencionadas pelo estudioso são desenvolvidas com a prática do xadrez: a lógica e a espacial. Por sua vez, os estudos de neurologia e neuropsicologia falam sobre os benefícios de se treinar o cérebro, fantástica máquina que pode ser sempre aperfeiçoada.
Um grande especialista na área, o neurocirurgião Ítalo Venturelli, defende o xadrez como excelente meios para se estimular os diferentes elos cerebrais e também ativar as comunicações químicas e nervosas de transmissão e processamento de informação.
"Não é à toa: ao jogar uma partida realizamos muitos cálculos, abstraímos posições não concretizadas no tabuleiro, imaginamos lances em sequência, deduzimos possibilidades, comparamos, valoramos me tomamos decisões - muitas vezes acompanhadas de emoção. Lidamos ainda, com sucesso e frustração", complementa o professor Resende.
Em suma, assim se coloca esse milenar jogo: ele não ensina o que pensar, mas sim ensina a pensar.
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