sábado, 3 de fevereiro de 2018

Um saudoso soneto!


XADREZ
Eugênio Carvalho Junior

Calado, pensativo, vou movendo
as peças, uma a uma, lentamente.
Cavalos, bispos, torres, vou perdendo, 
ou trocando-as por outras, igualmente.

Em posições seguras me defendo
uma vontade apenas tendo em mente:
coroar um peão e, então, podendo,
dar um xeque final, sumariamente.

No xadrez desta vida fiz castelos.
Os meus sonhos mais puros e mais belos
levaram xeque-mate do destino.

Qual um peão, eu quis tornar-me dama:
não pôde ser, e vi arder na chama
das ilusões, meus sonhos de menino!

Um comentário:

  1. Belíssimo soneto, e perfeito do ponto de vista da técnica versificatória! Maravilha, Fernando!

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